Hoje a gente tinha tudo para não atuar, viu, DB? Mas, enfim,
conseguimos e foi maravilhoso!
Nossa atuação seria na Onco, no 11° norte, nos encontramos,
eu, Carlinha e Duda e subimos até lá. Chegamos e o clima já no corredor estava
bem pesado, com muita gente chorando na frente da porta de um dos quartos. Fomos,
então, falar com a enfermeira e ela disse que achava melhor que não atuássemos naquele
momento e que voltássemos outro dia, porque tinha uma paciente terminal já bem
debilitada e aquele era o momento de despedida de sua família.
Ou seja, fomos barradas na Onco ):
Por uma situação completamente plausível, é claro, que
entendemos e respeitamos. Mas a gente queria tanto atuar! Eu pelo menos queria
muito, tinha saído de casa só pra isso (e nem por isso que eu queria tanto, era
aquela vontade de brilhar o olhar, encontrar e me renovar, porque eu tava
precisando disso).
Fomos atrás da escala da semana, para ver se tinha mais
alguma dupla atuando hoje e também do pessoal da coordenação, para ver se tinha
a possibilidade da gente ir atuar em outro setor. Vimos que Lari e Shica
estavam escaladas para ir pro COB, mas descobrimos que elas não iriam porque
Lari não podia. Então, liguei para Vitor e pedi para irmos para lá, com Shica,
ele nos deu o OK (obg, migo (: ), esperamos que Shica chegasse e quando ela
chegou, subimos.
Chegando no COB, fomos animadas pedir a roupinha de bloco e
a aí veio o banho de água fria:
- NÃO TEM ROUPA PARA AS QUATRO!
É, tava difícil pra gente hoje, DB!
Tentamos insistir e ela nos deu duas roupas e disse para
gente perguntar à enfermagem lá dentro se poderíamos entrar com apenas a blusa
do bloco, que ela nos daria.
Carlinha entrou para conversar com alguém da equipe e cada
segundo de espera foi uma aflição, mas ela voltou para dizer que estávamos autorizadas.
FINALMENTE UMA NOTÍCIA BOA, OBRIGADA!
Entramos e nos arrumamos rapidinho, já que tínhamos
perdido bastante tempo com toda nossa saga para conseguir atuar e contamos
com a presença ilustre de Tatá <3 que apareceu no vestiário, enquanto nos
arrumávamos e nos deu aquele abraço pré-atuação que foi maravilhoso para se sentir
acolhida depois de tanto NÃO que recebemos até ali (obg, Tatá!).
A atuação foi bem rapidinha, mas foi maravilhosa! <3
Destaque para o momento em que Carlinha perguntou para uma
mulher o porquê dela estar ali e ela disse que tinha tido um feto morto e tinha
feito cesárea para retirá-lo. Todo mundo ficou em silêncio sem saber o que
fazer ou o que falar. Fiquei feliz de ter tomado a iniciativa para mudar de
assunto para tentar quebrar a tensão, porque sinto que na maior parte das vezes
espero muito a iniciativa das minhas MCMs , espero que elas tomem a frente e se
arrisquem, enquanto eu só compro o jogo delas, sem talvez propor tanto.
Outro destaquezinho vai para a moça que disse, quando entramos
no quarto, que seu sorriso era para esconder a sua tristeza. Vê-la no final do
nosso encontro com os olhinhos mais brilhantes e menos triste, depois da nossa
visita, foi lindo!
Sempre me surpreendo com o como a gente transforma o setor
(senti muito isso nessa e na primeira atuação no COB, talvez porque eu ache que
esse setor precise muito, de muito cuidado), principalmente quando vejo o
quanto a gente é importante ali, de certo modo e o quanto a gente é capaz de
fazer com tão pouco.
Percebo que no fim, apenas vale a pena e que vale muito a
pena!
Grata por hoje, DB, apenas, muito grata por esse dia.
Registro de hoje para provar que foi difícil, mas conseguimos!
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