sábado, 11 de novembro de 2017

O dia em que a gente quase não atuou

Hoje a gente tinha tudo para não atuar, viu, DB? Mas, enfim, conseguimos e foi maravilhoso!

Nossa atuação seria na Onco, no 11° norte, nos encontramos, eu, Carlinha e Duda e subimos até lá. Chegamos e o clima já no corredor estava bem pesado, com muita gente chorando na frente da porta de um dos quartos. Fomos, então, falar com a enfermeira e ela disse que achava melhor que não atuássemos naquele momento e que voltássemos outro dia, porque tinha uma paciente terminal já bem debilitada e aquele era o momento de despedida de sua família.

Ou seja, fomos barradas na Onco ):

Por uma situação completamente plausível, é claro, que entendemos e respeitamos. Mas a gente queria tanto atuar! Eu pelo menos queria muito, tinha saído de casa só pra isso (e nem por isso que eu queria tanto, era aquela vontade de brilhar o olhar, encontrar e me renovar, porque eu tava precisando disso).

Fomos atrás da escala da semana, para ver se tinha mais alguma dupla atuando hoje e também do pessoal da coordenação, para ver se tinha a possibilidade da gente ir atuar em outro setor. Vimos que Lari e Shica estavam escaladas para ir pro COB, mas descobrimos que elas não iriam porque Lari não podia. Então, liguei para Vitor e pedi para irmos para lá, com Shica, ele nos deu o OK (obg, migo (: ), esperamos que Shica chegasse e quando ela chegou, subimos.

Chegando no COB, fomos animadas pedir a roupinha de bloco e a aí veio o banho de água fria:

- NÃO TEM ROUPA PARA AS QUATRO!

É, tava difícil pra gente hoje, DB!

Tentamos insistir e ela nos deu duas roupas e disse para gente perguntar à enfermagem lá dentro se poderíamos entrar com apenas a blusa do bloco, que ela nos daria.   
Carlinha entrou para conversar com alguém da equipe e cada segundo de espera foi uma aflição, mas ela voltou para dizer que estávamos autorizadas.

FINALMENTE UMA NOTÍCIA BOA, OBRIGADA!

Entramos e nos arrumamos rapidinho, já que tínhamos perdido bastante tempo com toda nossa saga para conseguir atuar e contamos com a presença ilustre de Tatá <3 que apareceu no vestiário, enquanto nos arrumávamos e nos deu aquele abraço pré-atuação que foi maravilhoso para se sentir acolhida depois de tanto NÃO que recebemos até ali (obg, Tatá!).

A atuação foi bem rapidinha, mas foi maravilhosa! <3

Destaque para o momento em que Carlinha perguntou para uma mulher o porquê dela estar ali e ela disse que tinha tido um feto morto e tinha feito cesárea para retirá-lo. Todo mundo ficou em silêncio sem saber o que fazer ou o que falar. Fiquei feliz de ter tomado a iniciativa para mudar de assunto para tentar quebrar a tensão, porque sinto que na maior parte das vezes espero muito a iniciativa das minhas MCMs , espero que elas tomem a frente e se arrisquem, enquanto eu só compro o jogo delas, sem talvez propor tanto.

Outro destaquezinho vai para a moça que disse, quando entramos no quarto, que seu sorriso era para esconder a sua tristeza. Vê-la no final do nosso encontro com os olhinhos mais brilhantes e menos triste, depois da nossa visita, foi lindo!

Sempre me surpreendo com o como a gente transforma o setor (senti muito isso nessa e na primeira atuação no COB, talvez porque eu ache que esse setor precise muito, de muito cuidado), principalmente quando vejo o quanto a gente é importante ali, de certo modo e o quanto a gente é capaz de fazer com tão pouco.

Percebo que no fim, apenas vale a pena e que vale muito a pena!


Grata por hoje, DB, apenas, muito grata por esse dia.

Registro de hoje para provar que foi difícil, mas conseguimos!

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