quarta-feira, 21 de maio de 2014

A beleza de um olhar!



Atuação do dia 14-05-14 – Enfermaria do 11º


Foi a minha primeira intervenção depois da mudança de duplas, mas eu já tinha atuado uma outra vez com Nati! Eu senti que a gente teve um pouco de dificuldade em subir a energia, talvez porque a gente não está acostumada a atuar juntas... Então no começo da atuação a gente ainda estava um pouco travada, estava um pouco forçado, e isso ainda é uma dificuldade minha, o início da atuação. Com o desenrolar da atuação nós conseguimos entrar no clima, subir a energia e fizemos alguns bons jogos. Nós normalmente íamos conversando com os pacientes sobre suas vidas e aí, quando achávamos uma oportunidade, lançávamos um jogo.

 Um exemplo de um jogo que lançamos foi quando percebemos um senhor meio quietinho no seu canto, começamos a conversar com ele e aí apareceu a sua amada, Dona Lady Lucy, que começou a reclamar dele, brincando, porque ele falava muito alto. E aí nós começamos a procurar no paciente o botão que regulava seu volume, e fomos jogando, e interagindo com outras pessoas que pudessem nos ajudar também a achar o bendito botão. Isso é uma coisa que eu costumo fazer muito em meus jogos, levar o mesmo jogo, como uma extensão dele, para as pessoas de outros quartos, o que às vezes dá muito certo e todos interagem naquela direção, mas que às vezes pode não dar muito certo, por eu querer meio que sem querer repetir algumas coisas, e aí pode acabar deixando de surgir outras cartadas... e às vezes não também.

 Uma outra jogada foi quando achamos uma paciente que era parecida (um pouco :P) com um paciente de outro quarto, e aí dissemos que ela tinha sido trocada na maternidade e que tínhamos achado o pai verdadeiro dela... Fizemos um “programa de tv” em que íamos revelar o exame de paternidade e tudo mais. E aí foi bom que também tinha outra paciente no quarto, que comprou realmente a brincadeira e se jogou com a gente no vazio.

 Mas outra dificuldade minha é que às vezes eu me pego pensando demais, principalmente quando um jogo vai meio que declinando e eu preciso de outra cartada. O (ainda pra mim) terrível momento do silêncio. Eu sei que o riso não é objetivo da palhaçoterapia e eu tenho consciência de como o encontro tem um valor imenso e indescritível... Mas querendo ou não, muitas vezes, eu acabo sentindo que estou indo pelo caminho certo e acabo me entusiasmando pelo sorriso e eu sei que não devia.

 Pra mim, um dos melhores momentos é o final da intervenção, onde eu estou no ápice da minha energia, onde tudo flui e as emoções explodem, ficando sempre aquele gostinho de quero mais.
Já no final da nossa intervenção, Nati jogou uma cartada muito boa. Ela disse que um senhor que estava lá era descendente de japonês, e aí nós começamos a falar em japonês no quarto e todo mundo entrou na onda, e foi  muitooo bom.

 E eis que no último quarto me aguardava uma tremenda surpresa! Lá estava um paciente, jovenzinho, que eu tinha visitado como estudante de medicina pela disciplina de IEC (Introdução ao Exame Clínico). É impressionante como o meu olhar em relação a ele era totalmente diferente! A expressão dele era outra, completamente distinta! Ao invés daqueles olhinhos tristes, daquele corpo cansado... estava lá um par de olhos lindos e brilhantes, uma alegria, uma emoção!!! Acho que ele rejuvenesceu uns 10 anos! E isso teve um impacto incrível sobre mim! Me passou uma emoção tão grande, de verdade, que eu não cabia em mim. Seu olhar era tão cheio de esperanças! E ainda tava uma música tão bonita de fundo que tava passando na televisão, da novela! Hahaha. Foi realmente um momento mágico! Penélope e Chiquita Chocolate disseram que iam na casa dele no são joão, pra dançar um forró em Serra Tadalhada, e eu acho que por um momento ele acreditou e ficou feliz com a idéia, e Penélope e Chocolate também, porque o clima de amor e fascínio naquele ambiente era impressionante!

Beijos de luuuuuz

- Penélope EletrizZadaaa!

Um comentário:

Candis disse...

Poxa vida, que diário!!
Dependendo do dia, eu tambem tenho uma dificuldade de subir energia, e pra mantê-la e aumentá-la, vou me alimentando dos olhares que encontro!
A sacada do botão de volume foi muito boa, e é realmente interessantes fazer uma extensão de um jogo para os outros pacientes! E sim, às vezes dá certo e às vezes não dá. Mas é assim mesmo!
Claro que pode rir! É natural! haha Não se preocupe com isso não, quando vier de lá de dentro, transborde! ;)
Muito boa a do japonês também, fiquei rindo aqui, imaginando vocês falando japa! haha
Cara, é massa quando a gente encontra um paciente e a gente consegue não só ver, mas sentir a mudança de astral, né?! Simplesmente fantástico! hehe

beijoo