sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Atuação de emergência

Eu e Cassis precisando de mais uma atuação pra ficarmos em dia com o projeto, o que fazemos? Atuamos, ora.
Vamos pra a Nefro, não tá em reforma. Então Onco, Cassis atuou lá ontem. Pediatria? Ela também atuou lá ontem e está levemente traumatizada. Clínica Médica então, fechou? Fechou!
    A bichinha tava morrendo de cólica  então era minha responsabilidade garantir a energia dela (espero ter conseguido). Mas quando estávamos quase prontos a bomba: ela tinha esquecido de botar o nariz "saudável" na bolsa (um menininho tinha torado o dela no dia anterior). Mas Rai, sempre prevenido, estava com dois na bolsa hehehe
     Começamos e tivemos varios encontros fantásticos. Logo no começo já começaram a me zoar pq tinha posto o nariz do lado reverso (ops hehe). Ajeitei e fomos passando pelos quartos.
   Algumas pessoas me marcaram muito nessa atuação, uma delas foi seu Hélio. Um senhorzinho extremamente bem humorado que já comprou o jogo quando eu botei a cara no quarto. Ele foi girando a cabeça e eu girando junto até que ele voltou ao normal e deu um sorrisão *-*. Ele disse que me conhecia. Perguntei de onde. Ele disse que da minha casa. Perguntei se ele sabia onde era. Ele respondeu "lá onde tu mora, né  não?". Fiquei impressionado com aquilo, como ele sabia que era lá!?? Descobri que também sabia onde ele morava: naquele bairro, ali não muito longe. Você vai direeeto, vira a direita, vai a vida toda, faz o S, vira à direita e quando chegar na ladeira você não desce ela não. Sério, foi o cara mais bem humorado que eu já encontrei nas minhas atuações, e olhe que já encontrei muita gente massa nelas!
    Fomos também no quarto onde estava dona Luzia, uma senhora que faz trabalhos voluntários com a igreja. Ela contava das ações com uma paixão contagiante. Falou que o filho também participa como educador físico, que a neta mais nova é um prodígio da matemática, que uma sobrinha é neuro-cirurgiã em SP. De repente ela virou pra a gente e disse pra nós nunca pararmos de fazer aquilo que estávamos fazendo, que nada poderia nos dar mais satisfação que ajudar o próximo e nos deu um abraço. Um não, cinco em cada, que é pra fazer mais efeito, segundo ela. Quando vejo pessoas assim, entendo o que são os verdadeiros cristãos. Em nenhum momento ela me olhou estranho por ter tatuagens, ou por estar de maquiagem ou com uma roupa estranha falando besteira. Só conseguiu enxergar outros humanos que querem fazer o bem, e não podia nos dar melhor recompensa por isso que os abraços que nos deu. Cada um dos 5 teve um sabor especialíssimo. Depois disso ela nos expulsou do quarto porque já tinha nos alugado por muito tempo e a gente tinha que visitar os outros quartos kkkkkk
    Fora do quarto um paciente quis testar se o cabelo de Surdete era uma peruca, mas essa estava muito bem presa e não saiu quando ele puxou o cabelo dela. Um outro acompanhante veio nos dizer que trabalhava na TV Jornal e que achava que o editor iria adorar fazer uma matéria com a gente. Ligou pra ele na hora e pegou o contato de Luigi (o número era meu, mas não quis baixar a máscara pra me apresentar como Rai naquele momento).
     Já perto da hora de irmos, perguntamos a um residente se ele residia no hospital, ao que ele respondeu que sim e que nós poderíamos residir também. Ficamos bem animados com a possibilidade... até descobrirmos que não tem comida pros residentes, aí desistimos. Esse cara era muito fofinho, disse que sentia saudade das visitas dos palhaços no setor, que nós fazíamos muita falta, tanto pros pacientes quanto pra a equipe *--* Foi um dia de bastante  satisfação externalizada pelos outros sobre o trabalho do projeto,  e isso me deixa muito feliz, sério!
   Só mais 2 coisas:
1 - um momento meio pen do dia foi quando um médico pediu pra a gente ir num quarto onde a paciente estava meio mal, porque tinha descoberto um câncer de mama num estágio já avançado. Quando chegamos no quarto, a porta estava fechada. Confesso que a vontade era abrir a porta e dar um abraço em seja quem ela for, mas a gente tem que se segurar, né? :/
2 - senti muita diferença em meu trabalho cênico de corpo depois da oficina que fiz durante as férias e dos 2 dias de aprofundamento dessa semana. Percebi meu corpo beeem mais preciso e consegui utilizar sons de maneira mais específica. Sob esse aspecto, fiquei bem feliz com meu trabalho. Embora tenha detectado já várias falhas nele, é sempre bom perceber avanços :D  

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