“A LONG TIME AGO...” EPISÓDIO I
Olá Meu Estimado Diário de Bordo!!! A história que irei te
contar agora aconteceu há séculos, em um passado bastante remoto. Numa era longínqua
e num lugar nada inóspito! O ambiente, DB, é conhecido seu: o HC. Já os personagens dessa aventura, nem tanto. O
que quero dizer com isso? Sim, você deve estar confuso. É que dessa vez,
Orangino não estava acompanhado de Marieta Melhoral. Ele desbravou os mistérios
e segredos da Oncologia ao lado da incomparável Amara Muitas Léguas. E o mais
legal de tudo: íamos ter nossas desventuras registradas pelo jornalista Zé
Lucas Bastos e sua câmera nervosa.
E então? O lugar: Oncologia! Nunca tinha atuado lá. Certo
nervosismo era inevitável. A companhia: Amara! Apesar de ser nossa primeira
atuação juntos, me sentia confortável com ela. O elemento surpresa: a câmera! Não
sabia como ia reagir sabendo que estava sendo fotografado, mas sabia que independente
do que fosse acontecer a câmera e seu portador também estariam no jogo. Achamos
o lugar para nos prepararmos. Conversamos um pouco. Contagem. Subimos a
energia. Explode o olhar! “Keep Calm and The Zueira Never Ends”. Partimos para
o setor!
Logo quando saímos esbarramos na tia da limpeza, que foi
super simpática e engraçada. Foi ótimo começar a atuação com um up na energia.
O que estranhei inicialmente foi que não atuaríamos de quarto em quarto, mas
num único ambiente. Acho que é automático pensar em atuar de forma circular,
começando numa poltrona de um lado e ir seguindo a ordem ate finalizar no
outro. Foi mais ou menos o que fizemos.
Foram vários encontros maravilhosos! E o nosso amigo Zé
Bastos registrando tudo e entrando na brincadeira vez ou outra. Lá encontramos
Gru, do Meu Malvado Favorito, com sua jaqueta estilosa e sua “motoca”
turbinada. Mas ele dizia que não gostava de moto, mas gostava do casaco de
motoqueiro. Conversamos sobre sua família, seus netos e netas, filhos e filhas.
Inclusive uma que a tinha partido recentemente. Ele se emocionou, mas tinha uma
força e determinação admiráveis.
Também encontramos uma enfermeira que queria
dar injeção na testa de Amara. Perguntamos se ela era uma pessoa má, mas a
senhorinha que estava sendo cuidada por ela prontamente disse que não! Nos
contou que era uma pessoa maravilhosa! Ficamos duvidando e ela defendendo a
enfermeira. Até que resolvemos acreditar. Outro encontro curioso, porem
perigoso, foi o que tivemos com Israel, o homem bomba. Perguntamos o que era
aqueles fios ligados a ele e aquela ponchete que estava usando. “É uma bomba!
Cuidado! Sou um terrorista!” Do lado estava seu filho. Acho que era o refém. Kkkk
Pedimos pra ele não disparar a bomba ali. Que ele pelo menos esperasse a gente
ir embora! E ele aceitou! Kkkk
Invadimos o posto de enfermagem; Amara se
divertiu nas cadeiras. Fui agenciado por uma empresária que afirmava o que eu
faria sucesso como modelo. Marcamos de ir para Paris, Milão e vários encontros
de moda pelo mundo. Amara seria minha consultora financeira, mas minha empresária
desconfiou da lealdade de Muitas Léguas, e disse que ela tinha cara de trambiqueira!
Dos inúmeros jogos, encontros e brincadeiras que desfrutamos,
o que mais me marcou foi o Titanic! Estávamos meio inclinados, conversando com
uma senhora cujo nome não me recordo, e entendendo quantos filhos homens e
mulheres ela tinha e a quem pertencia cada um de seus netos, quando de repente
levantamos e sentimos a brisa do mar em nossos rostos e cabelos! Era um vento
forte e gelado! De imediato virei Jack e Amara, Rose! Começamos a cantar “My heart
will go on” de Celine Dion, num inglês improvisado e regado pela risada do
nosso iceberg! O vento vinha do ar-condicionado que estava bem na nossa cara. O
iceberg que estávamos prestes a bater era a senhora com quem estávamos conversando.
“Vamos bater no iceberg! Cuidado, Rose!”. E a senhora fazia o barulho do mar! “Tchuáá!
Tchuáá!”. Por fim, nosso Titanic furou o pneu ao colidir com a imensa massa de
gelo, obviamente. Como ninguém mais soube indicar um bom mecânico de navio,
resolvemos abandonar nossa embarcação.
Foi uma atuação incrível. Amara foi ótima! O lugar tornou-se
mais alegre! As risadas transformaram a onco num ambiente mais leve. Assim como
nos deixaram mais leves. Ir embora foi difícil! Mas partimos. Partimos deixando
um pouco de nós lá, e trazendo um pouco de lá dentro de nós.
Pois bem, Meu Estimado Diário de Bordo, perdoe minha
mequetrefice! Em breve trarei mais notícias e aventuras.
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